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Amo cinema e escrever sobre ele.

27 de março de 2011

Cisne negro (2010)


Balé não é algo que agrade muito a maioria dos homens. Aqueles poucos que assistem, vão apenas para acompanhar a namorada. Eu estava incluído nesse meio, pois fui ao cinema com a minha, mas particularmente amo a arte em geral. Billy Elliot, por exemplo, é um filme sobre balé que é muito bom. Enfim, talvez os solteiros se interessem pelo filme pelas cenas eróticas com a Natalie Portman.

Cisne Negro foi indicado ao Oscar por melhor filme, diretor, montagem e fotografia. Natalie venceu o Oscar de melhor atriz.

Natalie com certeza está ótima nas interpretações. Na cena em que ela descobre que foi escolhida para fazer a rainha na peça, onde ela corre até o banheiro e liga pra avisar a mãe, ela faz uma grande interpretação. E principalmente na cena final, maravilhosa. Nas cenas de balé com certeza ela ensaiou bastante a dança, porém ela também foi dublada em algumas, pela bailarina Sarah Lane. Mas mesmo assim foi um merecido Oscar.

Darren Aronofsky conduz muito bem o filme. Assim como em seu excelente Réquiem para um sonho, Cisne negro não poderia ficar sem pelo menos uma cena de delírios com drogas. E isso o diretor faz com maestria. Ele também apela para cenas sensuais de Natalie e até de lesbianismo, mas tudo sempre dentro do contexto do filme, pois se trata de uma personagem esquizofrênica. Outro detalhe do filme é que tem certas cenas que da até arrepios, ele se transforma num suspense aterrorizante, com direito até aos efeitos especiais.

O filme é embalado obviamente pela linda música de Tchaikovsky. Inclusive a cena inicial é igual ao balé original, para quem já assistiu. Eu apenas assisti no youtube (risos).

A montagem do filme é linear, nada surpreendente. Talvez seja um dos motivos para não ter ganhado o Oscar.

A fotografia, muito boa nos vários planos longos, inclusive nas cenas em que Natalie faz os movimentos de balé, porém também assim como a montagem, tenha sido superada pelo vencedor do Oscar. Mesmo assim nas cenas de dança, a câmera faz com que dancemos juntos no salão.

Resumindo, Cisne negro não fica entre meus prediletos. Em relação à música prefiro mais Beethoven. O diretor também não é um dos meus preferidos. Os filmes da Natalie eu gosto muito, como o Closer e O Profissional. Mas com certeza vai agradar os fãs do gênero da música, pois mostra os bastidores e a dura disciplina que as dançarinas são postas.

Assista com o (a) namorado (a). Será um bom entretenimento.


127 Horas (2010)


Imagine um filme de 127 horas focado apenas num montanhista preso numa pedra. Mesmo com 94 minutos, que é o tempo de 127 horas, seria um tédio total. Mas nas mãos de Danny Boyle, diretor do excelente Trainspotting, ele consegue nos dar um filme fantástico, do qual foi indicado ao Oscar.

James Franco é quem faz Aron Ralston, o tal montanhista. Ganhador do Oscar, que sem dúvida, é uma ótima interpretação. Nesses tipos de filmes em que o ator é submetido a ficar num lugar isolado e sem outros atores para contracenar com ele, a interpretação é o que mais conta e James Franco faz isso perfeitamente.

O roteiro, que é baseado numa historia real, foi indicado ao Oscar e foi escrito com a ajuda do diretor. Vemos todo o drama do personagem tentando se soltar da pedra. É um drama bem tenso.

A montagem, indicada ao Oscar, nos mostra em flashes, assim como em Trainspotting, os delírios do personagem, por ficar muito tempo isolado das pessoas. Vemos também, através da montagem, a infância de Aron. Montagem bem feita, porém perdeu para o filme do criador do facebook, que foi mais merecido.

A fotografia, apesar de não ter sido indicada ao Oscar, mas merecia, pois além de mostrar belíssimas imagens dos montanhosos grand canyons de Utah, também vemos diversos closes do sofrimento de Aron para se soltar da pedra. Em minha opinião valeria mais uma indicação ao Oscar de fotografia esse filme do que Cisne negro, não desmerecendo o filme da Natalie, que é ótimo.

A trilha sonora, que faz toda a diferença nesse filme, onde nos deixaria no tédio se não fosse por ela. É alternada por músicas calmas e outras mais aceleradas. Pessoalmente gostei muito da trilha.

A música If i rise, da Dido foi indicada ao Oscar de melhor canção. Uma música lenta que é tocada como que para acalmar as dores de Aron.

Finalizando, o filme não tem aquela ação de filmes de esportes radicais, mas com certeza vale muito pela interpretação, trilha, fotografia e ainda nos deixa torcendo para que o personagem saia de sua enrascada.



A rede social (2010)


Você já tem um facebook? Provavelmente sim, pois é o site de relacionamentos que mais cresce no mundo. Mark Zuckerberg é o bilionário mais jovem do mundo, criador do facebook homenageado nessa cinebiografia.

Como podemos ver no filme, indicado ao Oscar, Mark é um jovem mimado e rebelde, mas com uma imensa determinação que passava horas em seu blog, mesmo em festas onde todos se divertiam enquanto ele não tirava os olhos da tela. Estudante de Harvard, ele sempre esteve além de seus companheiros.

Jesse Eisenberg foi quem interpretou Mark. Ganhou apenas uma indicação ao Oscar, mas consegue nos passar a imagem de um verdadeiro nerd. Inclusive é muito parecido com um amigo meu, Marcos Simaika, o nome dele, até no nome eles são parecidos. Ótimo.

David Fincher também não levou a estatueta, mas nos mostra um filme agradável, com linguagens para quem entende de programação de computador, mas sem ser complexo ao mesmo tempo. Seu currículo como diretor, como Seven, O quarto do pânico e Clube da luta, nos fazem confiar nele e ele não nos desaponta.

O roteiro é baseado no livro de Ben Mezrich, do qual foi o vencedor do Oscar. Confesso que não li o livro, portanto não posso opinar sobre a qualidade da adaptação, mas a Academia não daria o prêmio, caso fosse decepcionante. Quem sabe um dia eu leia o livro e volte aqui a dar minha opinião sobre o tema.

A montagem foi outra campeã do Oscar. No estilo de videoclipes, para agradar jovens, que são a maioria entre os internautas, mas mesmo assim sem tirar a qualidade das interpretações. Além também de mostrar alternadamente numa parte a história de Mark quando ele foi processado pelos sócios e na outra parte sua construção do facebook. Montagem muito bem feita.

A fotografia é básica e nada extraordinária, talvez o motivo de ter sido apenas indicada ao Oscar. Claro que também não é desagradável.

A trilha sonora, ganhadora do Oscar, possui bandas como White Stripes, da qual faz parte da época da história do filme. Particularmente não faz parte do meu gosto, mas não deixa de ter suas qualidades.

A mixagem do som teve também uma indicação ao Oscar. Detalhes técnicos que geralmente os vencedores são filmes de ficção, como nesse caso também, pois A Origem quem foi o ganhador.

Enfim, um filme atual, bem feito e que não decepciona mesmo aqueles que não são muitos fãs de internet, pois o filme não é apenas sobre isso, fala também de amor, que na verdade era o maior objetivo de Mark.